(Capafons, 19988[1])

As seguintes afirmações sobre a hipnose, habituais entre as pessoas leigas que não conhecem a investigação, carecem de sustento científico, pelo que são crenças exageradas ou simplesmente falsas. Se alguém defende que é certa qualquer uma destas crenças, desconfie do seu conhecimento científico sobre a hipnose e da sua capacidade para ajudá-la com a hipnose clínica:

  1. A hipnose não pertence ao campo da psicologia científica. Quem a pratica só podem ser charlatães, curandeiros ou homens do espectáculo. As pessoas que melhoram com a hipnose são crédulas, ignorantes e “dependentes”.
  2. A hipnose pode deixar a pessoa “presa” num transe.
  3. A hipnose pode explicitar ou agravar psicopatologias “latentes” da pessoa. Inclusive pode desenvolver alterações psicológicas nos indivíduos saudáveis. Os indivíduos com problemas psicopatológicos podem piorar com a hipnose.
  4. A hipnose provoca um “estado” similar ao sonho em que a pessoa mostra características especiais. Se não se alcançam tais características, a pessoa não está hipnotizada. Só se pode estar nessa situação especial, se se tiver recebido um método de indução hipnótica.
  5. A hipnose elimina e anula o controlo voluntário da pessoa. Esta deve ser um autómato nas mãos do hipnotizador, pelo que pode cometer delitos, actos anti-sociais, imorais ou que levam ao ridículo social.
  6. A hipnose provoca reacções pouco habituais, excepcionais e quase mágicas nas pessoas. O que se recorda sob hipnose é sempre verdade.
  7. A hipnose é uma terapia (hipnoterapia) sumamente útil, rápida e eficaz, que não exige nenhum esforço por parte do cliente para  mudar o comportamento. Só as pessoas muito susceptíveis podem beneficiar da hipnose.


Este apartado ha sido traducido por el Grupo para o Estudo da Hipnose Experimental e Clínica.


[1] Capafons, A. (1998). Hipnosis clínica: una visión cognitivo-comportamental. Papeles del Psicólogo, 69, 71-88.